ATIVISTA CHINÊS - China liberta Nobel da Paz preso desde 2009

Xiaobo cumpria pena de 11 anos por 'subverter as instituições do Estado' (Foto: Flickr)

O governo chinês libertou o ativista Liu Xiaobo, vencedor do prêmio Nobel da Paz em 2010 preso desde 2009, acusado de tentar “subverter as instituições do Estado”. A notícia foi dada nesta segunda-feira, 26, por Mo Shaoping, advogado de Xiaobo.

De acordo com o advogado, Xiaobo foi solto por razões médicas, após ter sido diagnosticado com câncer de fígado em fase terminal. A doença foi diagnosticada na última sexta-feira, 23, e o ativista, de 61 anos, foi libertado poucos dias depois para tratamento médico. “Está sendo tratado em um hospital de Shenyang (na província de Liaoning). Não tem nenhum plano especial. Está apenas recebendo tratamento por sua doença”, informou Shaoping.

Professor, intelectual e dissidente chinês, Xiaobo cumpria uma pena de 11 anos de prisão desde 2009 e ainda tinha três anos para cumprir de sua condenação. Ele foi preso por “subversão”, por ter sido um dos autores da Carta 08, um texto que celebrava os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e defendia a democracia na China.

Xiaobo havia participado da revolta estudantil da Praça Tiananmen (Paz Celestial), em 1989, e foi preso após a repressão do movimento. O opositor passou um ano e meio na prisão sem nunca ter sido condenado, e em seguida foi enviado para um campo de trabalho entre 1996 e 1999.

Em 2010, quando já estava detido, o dissidente venceu o Prêmio Nobel da Paz por sua atuação na luta pelos direitos humanos. O prêmio foi entregue simbolicamente em 10 do dezembro do mesmo ano em Oslo e o ativista foi representado na cerimônia por uma cadeira vazia. Xiaobo foi a terceira pessoa a receber um Nobel durante o cumprimento de pena, depois do alemão Carl von Ossietzky, em 1935, e a birmanesa Aung San Suu Kyi, em 1991.

A premiação provocou indignação do governo chinês, que congelou as relações de alto nível com a Noruega, o que afetou, entre outros aspectos, as exportações de salmão norueguês para a China. Na época, o governo de Pequim classificou o ativista como “criminoso”.RFI

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