DENÚNCIA CONTRA TEMER

Base aliada quer relator da CCJ alinhado ao Planalto

CCJ será responsável por decidir se a Câmara aceita ou não a denúncia da PGR (Foto: EBC)

A base aliada do governo na Câmara vem articulando para influenciar na escolha do relator da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A comissão será responsável por decidir se a Câmara aceita ou não a denúncia da PGR protocolada na segunda-feira, 26, por Rodrigo Janot. Segundo fontes ouvidas pelo jornal Estado de S. Paulo, líderes governistas vêm pressionando o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), a influenciar na escolha do relator, de modo a colocar no posto alguém alinhado ao Planalto. Além disso, eles defendem uma tramitação rápida da denúncia.

Em entrevista ao jornal, Pacheco declarou que busca um perfil técnico, com conhecimento jurídico e disse que não pretende exercer nenhuma influência na comissão. “Minha posição é de independência, de não permitir influência do governo, nem de ninguém”.

Porém, fontes do Estado de S. Paulo afirmam que Pacheco foi procurado por líderes partidários e até mesmo pelo próprio ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que teria se colocado à disposição de Pacheco para mediar a negociação para que seja escolhido um relator com perfil “chapa-branca”.

No momento, o nome mais cotado pela base aliada para assumir a relatoria é Jones Martins (PMDB-RS), suplente do deputado Osmar Terra (PMDB-RS), que se licenciou do cargo para assumir o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário. Martins é tido como um afilhado político de Padilha.

Solidariedade substitui titular

Na segunda-feira, já houve mudança na composição da CCJ. O Solidariedade, um dos que compõem a base aliada, retirou o deputado Major Olímpio (Solidariedade-SP) da vaga de titular da comissão. O parlamentar é conhecido por sua postura contra o governo Temer. Nas últimas semanas, ele vinha tecendo fortes críticas ao governo e anunciou que votaria a favor da denúncia contra Temer. Porém, ao ser retirado do posto de titular, Olímpio passa a ser suplente, logo, seu voto não será contabilizado na votação de admissibilidade da denúncia, exceto se um titular da bancada faltar à sessão.

No lugar de Olímpio, foi colocado o deputado Áureo (Solidariedade-RJ), líder da bancada do partido na Câmara. Informado da mudança pela mídia, Olímpio criticou a decisão do Solidariedade. “O partido não teve consideração comigo”, disse Olímpio, que já pensa em deixar a legenda.

O Solidariedade, no entanto, negou que a troca esteja relacionada à denúncia da PGR. Segundo o partido, a decisão foi tomada no dia 14, mais de uma semana antes de Janot protocolar a denúncia. “O deputado Major Olímpio continua sendo membro da comissão e contribuindo efetivamente com as discussões do colegiado”.

Por sua vez, Áureo destacou que, embora seja líder da bancada do partido, votou contra a reforma trabalhista e é contra a reforma da Previdência. No entanto, ele disse que ainda não tem uma opinião formada em relação à denúncia contra Temer, mas que considera a ação de Janot uma “guerra jurídica de poder”. “Eu não estou gostando dessa forma de denúncia fatiada. Acho que isso não é coerente com o momento em que a gente vive no Brasil. Aí parece que não é uma denúncia, é mais uma guerra jurídica de poder, de conflitos. É um poder tentando pressionar a Câmara dos Deputados”, disse o deputado.Estadão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A surpreendente cratera de Xico

Por que não enxergamos estrelas verdes ou roxas?

Egípcia posa nua em blog e provoca indignação