PSDB começa a traçar estratégia para 2014


José Serra e Aécio Neves são os nomes mais cotados para disputar a presidência pelo PSDB em 2014

Para o mundo exterior, as últimas eleições brasileiras parecem ter sido ontem. Mas o país já se prepara para o próximo round em 2012, quando brasileiros irão eleger prefeitos e vereadores – e nenhuma cidade recebe olhares mais interessados que São Paulo, uma metrópole maior que muitos países, e com uma população superior a 11 milhões de habitantes. Sua disputa eleitoral terá consequências nacionais.

São Paulo é a fortaleza do maior partido de oposição do país, o PSDB, e a escolha de seu candidato irá revelar detalhes sobre a estratégia para a disputa presidencial de 2014. José Serra, seu candidato derrotado em 2002 e 2010 abandonou o cargo em sua última passagem pela prefeitura, para concorrer ao governo do estado, apesar de ter prometido durante a campanha que iria cumprir o mandato até o fim. Um comportamento semelhante prejudicaria sua credibilidade. Logo, se ele concorrer à prefeitura, isso poderá sugerir que ele abriu mão de mais uma disputa presidencial.

O PSDB não deve dar a Serra a terceira chance de concorrer à presidência que ele parece querer tanto. Mas ele pode não esperar por uma posição do partido. Em março, o atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deixou o DEM, um partido aliado ao PSDB, para criar seu próprio partido, o PSD. Kassab descreve o partido como “colaborativo, mas independente”, mas na realidade, o PSD está mais próximo da base do governo do que do DEM. O próprio Kassab parece ter interesse em concorrer ao governo do Estado em 2014. Como ele e Kassab são grandes amigos, o PSD pode ser a base da qual Serra lançará sua terceira campanha à presidência.

A saída de Serra deixaria o caminho livre para Aécio Neves, ex-governador do terceiro mais rico estado brasileiro, Minas Gerais, concorrer como o candidato do PSDB em 2014. Candidato mais votado do partido em 2010, e considerado como a melhor opção para levar o partido de volta à presidência, ele desapontou admiradores que achavam que ele usaria sua atual posição como senador para apresentar sua visão para o país. Ao invés disso, ele parece estar esperando para descobrir se irá concorrer contra Dilma Rousseff ou Lula, antes de decidir se está disposto a concorrer. Isso pode ser prudente, mas não passa a impressão de coragem política.

Fonte: The Economist

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