BASE ESPACIAL - Alcântara

Brasil volta a negociar base espacial de Alcântara com os EUA

A ideia é oferecer aos americanos acesso ao centro de lançamento para poder, em troca, utilizar equipamentos fabricados por eles (Foto: Wikipedia)

Após o fracasso nas negociações com a Ucrânia para o uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, o governo do presidente Michel Temer retomou as conversas com os Estados Unidos para o uso da base espacial. A ideia é oferecer aos americanos acesso ao centro de lançamento para poder, em troca, utilizar equipamentos fabricados por eles.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, José Serra, o acordo espacial será uma das primeiras providências nas relações diplomáticas com o novo presidente americano, Donald Trump. “Vamos tomar a iniciativa de propor a reabertura de negociação em torno de vários acordos e tratados que não se concretizaram. Um deles se refere à base de Alcântara. O assunto foi muito debatido no passado e, agora, vamos tentar uma parceria” afirmou Serra.

O Ministério das Relações Exteriores segue avaliando junto aos ministérios da Defesa, da Ciência e Tecnologia e a Agência Espacial Brasileira quais termos podem ser oferecidos aos americanos.

Para que a negociação avance, o Brasil terá que aprovar uma lei que indique como será feita a proteção dada a todo componente tecnológico que será manipulado no país. Dessa forma, a tecnologia espacial americana que será operada em solo brasileiro não deve ser transferida ao setor privado brasileiro. O texto precisa ser avaliado pelo Congresso americano e qualquer alteração nas exigências brasileiras inviabilizará o negócio.

A base de Alcântara é considerada uma das mais bem localizadas do mundo. Por estar rente à linha do Equador, foguetes conseguem colocar satélites em órbita em menos tempo, o que representa uma economia de combustível em cada viagem espacial.

Negociações anteriores

As negociações com os Estados Unidos foram retomadas quase 15 anos depois de terem sido encerradas pelo governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta anterior, elaborada ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, não avançou no Congresso na época por conta de conflitos com as leis brasileiras.

Segundo o ex-ministro de Ciência e Tecnologia e atualmente colunista da revista Carta Capital, Roberto Amaral, a proposta anterior trazia várias restrições que ameaçavam a soberania nacional, já que o governo dos EUA manteria controle sobre áreas segregadas em território brasileiro e apenas técnicos americanos teriam acesso às instalações.

Com isso, o governo Lula optou por encerrar as conversas e escolheu a Ucrânia como parceiro para um futuro acordo. Os termos previam a transferência de tecnologia ucraniana para o Brasil, em troca do desenvolvimento de foguetes em território nacional. Entretanto, o governo brasileiro desfez a parceria em 2015, gerando um prejuízo de pelo menos meio bilhão de reais.CartaCapital

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