SITUAÇÃO CRÍTICA

Alexandre Moraes balança no cargo de ministro da Justiça

Ministro atravessa o pior momento desde que assumiu a pasta (Foto: Wikimedia)

O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, corre o risco de ser substituído pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Ayres Britto.

No último fim de semana, o presidente Michel Temer sondou Ayres Britto em um encontro extraoficial em Brasília para tratar do colapso do sistema carcerário. O ex-ministro não deu uma resposta direta, mas prometeu ajudar a “tirar a tensão” entre Moraes e a presidente do STF, a ministra Cármen Lúcia.

Cármen Lúcia tem sido uma forte crítica dos planos de Moraes para a segurança pública. Além disso, Moraes não gostou do papel de protagonismo assumido pela ministra diante da crise nos presídios, solicitando um censo carcerário ao IBGE.

A situação de Moraes no Ministério da Justiça é crítica. O ministro atravessa o pior momento desde que assumiu a pasta e, segundo interlocutores ouvidos pelo jornal El País, não parece disposto a ouvir conselhos.

Em dezembro do ano passado, por exemplo, Moraes convocou uma reunião em São Paulo com cinco especialistas do Fórum Brasileiro de Segurança, do Instituto Sou da Paz, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, da Open Society e do Instituto Igarapé, as principais entidades de estudos de segurança pública do país.

A proposta era elaborar um plano de segurança nacional. Porém, Moraes falou por duas horas seguidas, sem dar ouvidos aos conselhos dos representantes. No fim de semana passado, diante da eclosão da violência nos presídios, Moraes foi obrigado a detalhar precipitadamente seu plano.

Um dos especialistas no encontro de São Paulo, ouvido pelo El País, chamou o plano de Moraes de “show de horrores”. Segundo a fonte, o plano não trata da prevenção à violência, ignora tudo que vinha sendo feito nas gestões anteriores, não aborda a valorização dos policiais e dos agentes penitenciários nem lembra as principais vítimas da violência: jovens, negros e pobres. Além disso, o plano se concentra apenas nas capitais e regiões metropolitanas, abandonando mais da metade dos municípios brasileiros.

Na manhã desta terça-feira, 17, Moraes recebeu 27 secretários estaduais de segurança para debater a crise carcerária. Ainda não se sabe quais serão os frutos dessa reunião.

Filiado ao PSDB, Moraes foi indicado para o cargo pelo deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ministro é um dos mais próximos de Temer, que vê nele um nome forte para concorrer ao governo de São Paulo nas eleições de 2018 pelo PMDB ou em uma coalizão do partido com o PSDB. El País

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