JUSTIÇA BRASILEIRA

A crescente influência do STF na política

‘A política não é uma das funções dos juízes’, diz o artigo (Foto: Wikimedia)

Um artigo publicado na última quinta-feira, 26, na revista Economist chama atenção para o avanço da influência do Supremo Tribunal Federal na esfera política.

Intitulado “Death of Brazilian Justice” (A Morte da Justiça Brasileira, em inglês), o artigo cita a popularidade de Teori Zavascki, morto no dia 19 deste mês, Sérgio Moro e Cármen Lúcia. Esta última, segundo o texto, se destacou no combate à crise penitenciária de tal forma que passou a ser cogitada como candidata à presidência nas eleições de 2018.

A revista diz que os juízes, em especial Sérgio Moro, atualmente são tidos como heróis pela população. No entanto, ela alerta que esse aumento de influência é perigoso. Segundo a revista, “quando os juízes atraem esse tipo de adulação, há razões para se preocupar”.

“A política não é uma das funções dos juízes. A crescente polarização política coloca pressão no STF para que o órgão aja como árbitro. […] Em meio à crise política a disposição do tribunal para lidar com casos políticos vem ajudando a manter viva a confiança da população na democracia. Mas o aumento da influência do tribunal na política também é uma ameaça à democracia”, diz o texto.

Citando o professor de Direito da FGV de São Paulo, Rubens Glezer, a revista diz que juízes falam muito em público, na maioria das vezes de forma impetuosa e que transmissões ao vivo das sessões do STF amplificam os egos.

O artigo finaliza dizendo ser válido discutir o papel do STF, mas não no momento, pois isso seria visto como uma interferência na Operação Lava Jato. O texto também diz que o próximo ministro relator da Lava Jato deve se espelhar na tenacidade de Zavascki.
The Economist

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