MEIO AMBIENTE - Cercas contra refugiados ameaçam espécies de extinção

Os autores do estudo estimam que há 30 mil km de cerca ao redor do continente (Foto: Wikimedia)

Um estudo publicado na revista científica PLOS Biology aponta que as cercas para conter a entrada de refugiados no continente europeu têm ameaçado animais silvestres que habitam a região. Espécies como lobos e linces correm o risco de extinção, indicam os pesquisadores.

O estudo, intitulado Border Security Fencing and Wildlife (Segurança na Fronteira e Vida Silvestre, em inglês), aponta que as barreiras físicas nas fronteiras desses países, sobretudo no Leste Europeu, vêm impedindo essas espécies de se deslocarem livremente pelo continente, como faziam antes de estourar a crise de refugiados.

Um grupo de pesquisadores liderado por John Linnell, do Instituto Norueguês para Pesquisa da Natureza, descobriu que muitos animais silvestres da região estão morrendo por conta da barreira do deslocamento, impedindo-os de buscar recursos que estão do outro lado das cercas e separando-os de grupos da mesma espécie. Como resultado, muitas espécies já enfrentam decréscimo populacional e casos de consanguinidade.

A queda da União Soviética e o fim da chamada “cortina de ferro” extinguiu barreiras no continente e permitiu a criação do chamado Cinturão Verde Europeu – uma área de proteção ambiental com variados habitats importantes para a biodiversidade. Essa região possibilitou que diversas espécies se expandissem para a Europa Ocidental e com isso prosperassem.

Apesar de ser desconhecida a extensão total do bloqueio nas fronteiras europeias, os autores do estudo estimam que há 30 mil km de cerca ao redor do continente. Entre as principais espécies ameaçadas estão lobos, linces, cervos, alces e bisões. Os ursos também correm risco, mas como suas populações são grandes, têm mais chances de sobreviver.

O estudo indica ainda que situações parecidas ocorreram na Ásia Central, quando cercas entre China e Mongólia limitaram a movimentação de herbívoros, e na América do Norte, em que a população silvestre no Vale do Rio Grande (uma das mais diversas do continente) foi destruída pela barreira entre México e Estados Unidos. Quartz

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