SAÚDE - Medicina investe no campo da inteligência artificial

Descoberta de novos medicamentos no ramo é um teste inicial (Foto: Wikimedia)

Em uma antiga fábrica de couro em Euston Road, Londres, uma empresa está iniciando suas atividades. A principal sala da BenevolentAI é um espaço aberto e amplo. Nesse local, cientistas e codificadores trabalham em suas diferentes tarefas. Mas o lugar mais importante da empresa é uma sala climatizada onde está instalado um computador super potente que executa um software responsável pela atividade específica da BenevolentAI. Esse software é um sistema de inteligência artificial.

A inteligência artificial (IA, na sigla em inglês) tem diversas versões. Mas a versão da BenevolentAI é um sistema de aprendizado de máquina capaz de tirar conclusões sobre o que aprendeu. Em especial, pode processar a linguagem natural e elaborar novas ideias a partir de suas leituras. Seu trabalho é pesquisar as bibliotecas especializadas em química, bancos de dados de medicina e artigos científicos à procura de moléculas de fármacos.

A BenevolentAI não é a única empresa dedicada a esse campo de pesquisa. Um número crescente de pessoas e empresas acredita que a IA tem condições de ajudar no progresso da biologia e da saúde dos seres humanos. Como Chris Bishop da Microsoft Research, com sede em Cambridge, Grã-Bretanha, observou, uma maneira de pensar a respeito dos organismos vivos é admitir que eles são, em essência, um sistema complexo que processa informações, com o uso de uma combinação de hardware e software.

Essa linha de raciocínio tem consequências práticas. Seja em projetos como a Chan Zuckerberg Initiative (CZI), criada em 2015 pelo fundador do Facebook e sua esposa Priscilla Chan, ou nas subsidiárias na área de biologia criadas por empresas como Alphabet (a empresa matriz do Google), IBM e Microsoft. Agora, o Vale do Silício acredita que os problemas nos campos da biologia e da medicina podem ser solucionados pelos engenheiros de software.

A descoberta de novos medicamentos é um teste inicial para demonstrar que a IA tem muito a oferecer para o progresso da biologia e da medicina. As empresas do setor farmacêutico estão enfrentando dificuldades crescentes para pesquisar novos produtos. A abordagem convencional é a pesquisa de uma quantidade enorme de moléculas para detectar sinais de efeito biológico e, em seguida, descartar as inúteis em uma série de testes e experimentos cada vez mais caros, com a expectativa de fazer por fim uma grande descoberta. Esse método de pesquisa resulta em diminuição da produtividade e aumento de custo.

A inteligência artificial também pode ser usada no tratamento clínico. Antonio Criminsi, que, como Bishop, trabalha na Microsoft Research em Cambridge, observou que o processo atual de delinear as extremidades dos tumores em imagens geradas por máquinas de ressonância magnética e tomografias computadorizadas é feito manualmente. É um trabalho tedioso e demorado, que às vezes demora até quatro horas. A IA diminui esse tempo para minutos, ou mesmo segundos, e os resultados são muito mais precisos do que os obtidos pelos médicos.The Economist

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