Chico Buarque fala de seu novo disco
Chico Buarque durante entrevista sobre seu novo projeto
RIO - Normalmente recluso, Chico Buarque sentou-se diante de uma câmera e concedeu uma longa entrevista a si mesmo. O depoimento, assistido pela imprensa nacional na manhã desta quinta-feira no site 'Chico: bastidores', é por enquanto o único que o compositor pretende dar sobre seu novo disco, "Chico" (nas lojas físicas no próximo dia 22, depois de uma pré-venda de 7 mil cópias pela internet). Durante 44 minutos de conversa, o artista de 67 anos falou de sua satisfação pessoal com o resultado do novo álbum, primeiro em cinco anos e avaliado pelo próprio como superior a trabalhos anteriores. Ao menos por ora.
- É evidente que eu estou satisfeito com o disco, mas não tenho a menor ideia do que as pessoas vão pensar. Nem saberia comparar com outros discos meus. Para mim, no momento, este é o melhor. Mas é sempre assim quando a gente termina: melhor que isso, impossivel - disse o músico para a câmera (a entrevista, na verdade, foi feita pelo jornalista Bruno Natal).
Registrado em preto-e-branco para acompanhar a estética da capa do novo álbum, o vídeo mostra Chico digressionando sobre seu processo de composição, sua "inabilidade ao violão" ou as parcerias no disco, mas principalmente sobre o tempo, seu melhor amigo na confecção da nova safra de composições (são 10 ao todo, oito delas inéditas).
- Desde que terminei o outro disco ("Carioca", de 2006) não compus mais nada. Fiz uma turnê, cantei por aí durante um ano, depois escrevi meu romance ("Leite derramado"), que me tomou mais um ano e meio (o livro foi lançado em 2009). Depois foi mais um tempo para me desligar da literatura... - relata Chico, preguiçosamente, no início do vídeo. - Aí levou mais um ano para eu escrever a primeira música da nova leva. E começou com "Nina", a valsa russa. Uma foi puxando a outra...
À medida em que considerava uma nova canção pronta, Chico a enviava para Luiz Cláudio Ramos, diretor musical do álbum. Tudo bem devagar.
- Ia mandando as músicas com intervalo de um, dois, três meses entre uma e outra. Esse intervalo era o tempo em que eu estava fazendo, compondo, recompondo, desfazendo, descompondo, até chegar à forma definitiva musical, harmônica. A letra vinha em seguida, quase junto, às vezes ia sendo burilada no dia da gravação. Mas a música, quando chegou aos músicos, já estava encorpada. Eu estava mais seguro do que queria [para o álbum] do que em discos anteriores - avaliou.
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