Meninos perigosos....


Em um mês, dois ministros do governo Dilma caíram

Ministros corruptos de Lula caem no governo Dilma
Por Emanuelle Bezerra

Em seis meses de governo, a presidente Dilma fez quatro alterações no primeiro escalão, e dois de seus ministros já podem ser considerados maus resquícios do governo Lula: o ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, e o agora ex-ministro dos transportes Alfredo Nascimento. A queda de Nascimento traz à tona uma equação que pode ter um resultado complicado para a presidente Dilma Rousseff.

Primeiro fica no ar a dúvida se Dilma é menos tolerante com a corrupção do que seu antecessor (e padrinho), o ex-presidente Lula — já que este é o segundo ministro “herdado” que deixa o cargo por corrupção. E se esta comparação com o ex-presidente não lhe trará problemas dentro do PT, que tem a clara intenção de colocar Lula novamente no poder. Depois, o fato de ela não ter força política para simplesmente se desfazer dos 40 deputados federais e cinco senadores que formam a bancada do PR, partido liderado por Nascimento e que irá indicar um novo ministro para pasta. Ou seja, o próprio Nascimento nomeará seu sucessor.

Ainda nos tempos em que a presidente ocupava a Casa Civil, ela já não considerava Nascimento confiável. Isso porque o Ministério dos Transportes, que ele comandava há sete anos, é alvo constante de denúncias de irregularidades. Em 2003, assim que assumiu o cargo, o ministério sofreu uma imensa fiscalização dos auditores do Tribunal de Contas da União, que identificaram uma série de problemas na operação Tapa Buracos. Ele deixou o cargo para disputar e ganhar as eleições para o Senado e quando reassumiu, em 2009, novos escândalos, com um vídeo publicado pelo jornal Correio Braziliense, vieram à tona. O caso foi relembrado esta semana pela revista IstoÉ.

No vídeo Alfredo Nascimento aparece negociando com Valdemar Costa Neto a liberação de verbas públicas para cooptar deputados para o PR. Mas este foi só o mais um caso, pois desde o último sábado denúncias envolvendo o senador vêm sendo publicadas. A gota d’água mesmo foi o fato de uma das empresas de seu filho, Gustavo Morais Pereira, ter tido um crescimento de 86.500% em três anos.

Já Antonio Palocci teve plena aceitação de Dilma após coordenar a sua campanha eleitoral. Depois de eleita a presidente via Palocci como o seu homem de confiança. Mas não teve jeito. Com as denúncias do jornal Folha de S. Paulo de que seu patrimônio aumentou em 20 vezes entre 2006 e 2010, quando era deputado federal do PT pelo estado de São Paulo, o então ministro-chefe da Casa Civil anunciou seu afastamento no dia sete de junho. Um mês depois o governo de Dilma sofre seu segundo desfalque.

Escândalos de corrupção também foram amplamente divulgados pela imprensa durante o governo Lula. Mas, fato é que Dilma, com o conhecimento administrativo que tem, consegue perceber as falcatruas em contratos. A última edição da revista Veja descreveu a reunião da presidente com os diretores do Ministério dos Transportes em que ela diz que o superfaturamento estava visível.

Dilma aparentemente tem disposição para combater a corrupção, o que ela não tem é força. Já que foi eleita por uma coligação – o maior número de partidos políticos já reunidos desde a redemocratização, e não pode andar fora da cartilha combinada com seus aliados. Uma boa demonstração disso foram as ameaças de rebelião das bancadas do PR no Senado e na Câmara caso o nome do preferido de Dilma para assumir os Transportes, o ministro interino Paulo Sérgio Passos, fosse confirmado como o novo titular do ministério. Ao que parece, Dilma terá mesmo muitos problemas nos próximos três anos e meio.Fonte:Tendências e Debates.

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