ERA TRUMP - EUA planejam retomar restrições a Cuba

Trump vinha demonstrando a intenção de reverter a política de Obama desde as eleições presidenciais (Foto: Flickr)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar na próxima sexta-feira, 16, uma série de mudanças na política do país com Cuba, podendo endurecer as condições de comércio e turismo. Com isso, a nova política americana reverteria algumas das medidas adotadas por Barack Obama para reaproximar os dois países.

As mudanças previstas na política americana para Cuba incluem proibição de negócios com estatais ligadas aos militares cubanos – que dominam o setor de turismo –, limitações ao comércio e restrições às viagens de americanos para a ilha – que mais do que triplicaram desde 2014. No entanto, é pouco provável que Trump tome medidas para romper as relações diplomáticas com os cubanos.

O anúncio das novas condições deve ser feito em Miami, um local considerado histórico para os cubano-americanos – grande parte contrária à reaproximação dos EUA com Cuba. Trump recebeu 58% dos votos dessa comunidade durante as eleições presidenciais em novembro, o que ajudou o republicano a vencer na Flórida.

Assim que assumiu a presidência em janeiro, Trump determinou que sua equipe de governo revisasse a política de Obama para Cuba, iniciada em 15 de dezembro de 2014 e que pôs fim a quase 55 anos de isolamento. Até então, já se sabia que o processo de revisão estava no fim, mas ainda não se tinha uma confirmação de quando seriam anunciadas.

Trump vinha demonstrando a intenção de reverter essa política desde as eleições presidenciais. “Eu farei isso a menos que o regime de Castro atenda nossas demandas”, declarou o então candidato em setembro. Entre as exigências, estariam incluídas a libertação de presos políticos e a garantia de liberdade política e religiosa.

Um integrante do gabinete do líder cubano Raúl Castro disse à CNN que o país está aberto a negociações com o governo americano. “Sabemos que eles têm uma visão diferente do mundo. Entendemos isso”, declarou a fonte não identificada.

Preocupação

A mudança na política americana desperta preocupação, principalmente do lado cubano. A deputada Mariela Castro, filha de Raúl Castro, disse, em entrevista à agência de notícias EFE, que teme o retrocesso de Trump. “Nosso temor é que voltem as posições extremistas e a política agressiva em relação a Cuba”.

O ex-assessor de Obama e um dos negociadores da reaproximação com a ilha, Ben Rhodes, também teceu críticas à posição do atual presidente e condenou a falta de coerência em seu discurso. “Trump, amigo de (Vladimir) Putin, (Abdel Fattah) Sissi, (rei) Salman, (Rodrigo) Duterte e (Recep Tayyip) Erdogan, vai citar direitos humanos como justificativa para prejudicar o povo cubano”, disse Rhodes, em sua conta no Twitter, referindo-se aos líderes de Rússia, Egito, Arábia Saudita, Filipinas e Turquia.

Já Michael Shifter, presidente do Diálogo Interamericano, teme que a nova política amplie as hostilidades entre os governos americano e cubano. “Isso é o que mais me preocupa, porque pode fortalecer a linha dura do Partido Comunista e sua oposição às reformas”.Exame

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