RELATÓRIO... Brasil precisa de 95 anos para atingir igualdade de gêneros

Apesar da desigualdade entre gêneros, a mulher brasileira tem melhores indicadores na educação e na saúde (Foto: Pixabay)

Esta semana, o Fórum Econômico Mundial divulgou um relatório anual que analisa as diferenças de oportunidades entre homens e mulheres em 144 países. Segundo o documento, no ritmo atual, seriam necessários 95 anos para que mulheres e homens atingissem a situação de plena igualdade no Brasil.

Neste ano, o Brasil está na 79ª posição do ranking global. No ano passado, ele estava na 85ª posição. Apesar de parecer um bom avanço, a pontuação do país só subiu marginalmente 0,687, quando o ideal deveria term subido 1 ponto.

Apesar da desigualdade entre gêneros, a mulher brasileira tem melhores indicadores na educação e na saúde. Para cada estudante homem no ensino superior brasileiro, elas ocupam 1,3 vagas. Esta é uma tendência mundial, já que elas são a maioria dos estudantes universitários em 95 dos 144 países pesquisados. Na saúde, as brasileiras vivem em média cinco anos a mais que os brasileiros.

Então, por que o Brasil continua tão desigual entre gêneros? Segundo a chefe para iniciativas de gênero e emprego do Fórum Econômico Mundial, Saadia Zahidi, é necessário adotar estratégias pragmáticas que promovam a inclusão das mulheres no mercado de trabalho bem remunerado e na política. “Para mudar isso, é necessário uma abordagem consciente, do ponto de vista econômico, para o aproveitamento desses talentos. Já temos mais mulheres se graduando na universidade do que homens, não se trata do futuro, isso já é o presente. Precisamos agora empregar essa força produtivamente”.

Segundo ela, a situação se complica ao observar que a visão geral ainda é de que as mulheres que devem cuidar da família. “Também é necessário mudar as percepções. Diversidade precisa ser vista como um motor para crescimento, propiciando investimento maior em infra-estruturas de cuidado. Mulheres de alta renda conseguem pagar para ter ajuda para as crianças e os idosos, mas mulheres de classe média e baixa não conseguem. É necessário oferecer a elas uma rede de apoio social que as liberte para o trabalho”.

O ranking também leva em consideração fatores como o tempo que uma mulher liderou o país e a porcentagem de representação feminina nas posições políticas mais altas. “Em uma democracia é necessário haver representatividade. As mulheres são metade da população e deveriam ter representação política semelhante. A presença de mulheres em posição de liderança tem um impacto expressivo sobre o empoderamento, pois estabelece papéis modelo aos quais novas gerações aspiram. Estudos da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mostram que mulheres em posições de liderança política influenciam positivamente a distribuição de recursos públicos. Elas tendem a fazer escolhas mais solidárias, alocando orçamento para partes da sociedade anteriormente negligenciadas, o que resulta em redução de desigualdade de renda”.

No topo do ranking ficaram Islândia (1º), Finlândia (2º), Noruega (3º), Suécia (4º), Ruanda (5º), Irlanda (6º), Filipinas (7º), Eslovênia (8º) e Nova Zelândia (9º).BBC

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