VIDA PÓS-MATTHEW - Haitianos buscam abrigo em cavernas para sobreviver

Para grande parte do mundo, o Haiti é mais conhecido pelas catástrofes (Foto: UNDP)

Quando a chuva começou a cair em uma fria noite de outubro, centenas de haitianos fugiram de suas casas do pequeno vilarejo de Lacadonie, Haiti, e buscaram refúgio em uma caverna localizada ao pé de uma montanha próxima. Eles fugiam do furacão Matthew, que atingiu o país no dia 7 deste mês, deixando um rastro de devastação e mais de mil mortos.

Durante quatro dias eles dormiram sobre um chão de pedra e acenderam pequenas fogueiras para suportar o frio. Mesmo assim, se sentiam gratos e com sorte. “Foi a casa que Deus criou para quando mais precisássemos. Sem essa caverna, muita gente teria morrido. É o único abrigo que temos”, disse Destine Jean, um dos moradores do vilarejo que buscou refúgio no local.

Para grande parte do mundo, o Haiti é mais conhecido pelas catástrofes do que pelo país. Desastres naturais ou causados pela ação humana passaram a definir a nação, onde o progresso, muitas vezes, é a penas o prelúdio de mais um retrocesso. Ditadores, governos corruptos e intromissão internacional competem com terremotos e furacões na desestabilização do país.

Recém recuperado do terremoto de 2010, o Haiti estava prestes a terminar de enviar pessoas desabrigadas de volta as suas casas e desmontar áreas para deslocados pelo desastre. Agora, escolas e hospitais estão, novamente, lotados de deslocados cujas casas foram devastadas. Quando não há abrigo disponível, os moradores buscam refúgio de forma improvisada, como nas cavernas.

Segundo o governo de Beaumont, a cidade mais próxima do vilarejo de Lacadonie, há pelo menos seis cavernas como a que está abrigando Destine Jean e seus vizinhos. No total, 550 estão vivendo nas cavernas do sudoeste do país. O governo somente tomou conhecimento do fato após líderes comunitários, como Destine Jean, saírem em busca de ajuda.

O prefeito de Beaumont, Alexis Faveur, passou a enviar diariamente equipes para checar a situação das pessoas na caverna e levar alimentos. Porém, ele não pode trazer os deslocados para Beaumont, pois todos os abrigos da cidade estão lotados.

“O único lugar onde eles podem buscar abrigo é na caverna, Não há mais casas”, disse Faveur em seu escritório de janelas quebradas e sem eletricidade.The New York Times

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A surpreendente cratera de Xico

Por que não enxergamos estrelas verdes ou roxas?

Egípcia posa nua em blog e provoca indignação