SAÚDE - Ministro da Saúde diz que país vive epidemia de sífilis

Teste rápido de sífilis (Foto: Fiocruz)

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, pela mãe infectada para a criança durante a gestação ou pelo parto.

Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2016, entre os anos de 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%, a sífilis em gestantes 20,9% e a congênita, de 19%.

“Os casos subiram em número significativo. Estamos tratando o problema como epidemia até para que resultados da redução sejam mais expressivos”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

A sífilis congênita é quando a mãe transmite a infecção para a criança durante a gestação, o que pode causar aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e/ou morte ao nascer. Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal.

A detecção da sífilis é feita por meio de testes rápidos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). De 2001 para 2015, o Ministério da Saúde aumentou de 1,1 milhão para 6,1 milhões a quantidade de testes distribuídos a estados e municípios.

É indicado que as gestantes façam testes rápidos já na primeira consulta do pré-natal. Por isso é importante conscientizar as mães e seus parceiros a iniciar o pré-natal ainda no primeiro trimestre da gravidez. “Um grande desafio é o início precoce, já que culturalmente as mulheres tendem a procurar o médico apenas quando a barriga aparece, o que diminui as chances de cura da sífilis para a mãe e facilita a transmissão da doença para o bebê”, explica a diretora do Departamento de HIV, aids e hepatites virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken.

O tratamento, por sua vez, deve ser feito com acompanhamento médico. O medicamento indicado é a penicilina benzatina, principalmente entre as grávidas, pois este é o único capaz de prevenir a transmissão vertical. No entanto, desde 2014, países de todo o mundo enfrentam o desabastecimento de penicilina benzatina, devido à falta de matéria-prima para a sua produção. Por isso, o governo brasileiro resolveu adquirir, neste ano, 2,7 milhões de frascos de penicilina, em caráter de emergência, com prioridade na prescrição para grávidas e seus parceiros.

Na última quinta-feira, 20, durante a Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), uma carta compromisso foi assinada com 19 associações e conselhos de saúde, estabelecendo ações estratégicas para redução da sífilis congênita no país com prazo previsto de um ano. O foco é detectar precocemente a doença no início do pré-natal e encaminhar imediato tratamento com penicilina.Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais-Sífilis

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