SAÚDE - Um novo método para detectar distúrbios de fala em crianças

Problema de fala podem ser desastrosos para crianças (Foto: Pixabay)

Os distúrbios de fala e de compreensão são difíceis de lidar em qualquer circunstância. Para as crianças, que estão começando sua vida na sociedade, esses problemas são desastrosos. As zombarias, o bullying, a falta de amigos e um desempenho medíocre na escola são resultado da incapacidade de falar e ouvir normalmente. Mas uma intervenção e tratamentos podem fazer uma grande diferença se a criança tiver um diagnóstico precoce.

Infelizmente, em geral os diagnósticos demoram a ser feitos. Nos Estados Unidos, só 60% desses distúrbios são diagnosticados antes de as crianças irem para a escola. Porém Jen Gong e John Guttag do Massachusetts Institute of Technology pretendem mudar esse quadro. Como descreveram na Interspeech Conference em São Francisco no mês de setembro, eles desenvolveram um método, que assim que for aperfeiçoado, poderá produzir um teste informatizado, que detectará sinais sutis, como pausas durante a fala, que indicam distúrbios para fonoaudiólogos, mas que os pais não percebem.

Gong e Guttag, ambos com formação em ciência da computação, ainda questionavam se seriam capazes de ensinar suas máquinas a distinguir a fala de crianças com problemas das que se expressavam bem. Com esse objetivo, criaram um algoritmo e fizeram um trabalho em colaboração com dois fonoaudiólogos, Tiffany Hogan e Jordan Green do MGH Institute of Health Professions.

Juntos, os pesquisadores registraram em áudio a narrativa de 231 crianças entre 4 e 17 anos de histórias com suas próprias palavras, enquanto mostravam o texto escrito. Hogan e Green já haviam verificado que 192 dessas crianças tinham um desenvolvimento linguístico normal, enquanto 39, na opinião dos dois especialistas, apresentavam sinais de distúrbios de fala ou de linguagem.

Em seguida, Gong e Guttag examinaram os áudios com o algoritmo e observaram que muitas características, como o número de pausas, variações na duração das pausas, e a relação entre as pausas e os segmentos distintos da fala, eram úteis para detectar a presença de distúrbios de linguagem e de fala.

Na palestra em São Francisco, Jen Gong relatou que o sistema detectou 72% das crianças que haviam recebido o diagnóstico de distúrbios por Hogan e Green. O sistema também indicou uma taxa relativamente baixa de deficiências em apenas 18% das crianças, que não tinham recebido esse diagnóstico dos dois especialistas.The Economist

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