FMI ASSEMBLEIA

Reunião do FMI aproxima posições entre EUA e China diante de tensão comercial

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, na foto conjunta da Assembleia do FMI. EFE/Shawn Thew

A assembleia de primavera (no hemisfério norte) do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) ajudou a aproximar posições entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias do mundo, que se encontram imersas em uma conjuntura de tensão comercial.

De fato, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou neste sábado que está considerando fazer uma possível viagem à China para tentar diminuir o enfrentamento comercial entre os dois países e se mostrou "prudentemente otimista" em conseguir um acordo.

"Uma viagem está sendo considerada. Não vou fazer nenhum comentário sobre o momento, nem tenho nada confirmado", disse Mnuchin em entrevista coletiva em Washington após participar da assembleia de primavera do FMI.

Mnuchin afirmou que está "prudentemente otimista" de que será possível chegar a um acordo com Pequim, um passo muito importante para os dirigentes do FMI, que passaram a semana defendendo uma aproximação entre as duas potências.

As tensões entre EUA e China, após o anúncio do presidente americano Donald Trump de aplicar medidas protecionistas como a imposição de tarifas a importações e as represálias anunciadas posteriormente por Pequim, fizeram soar os alarmes de uma guerra comercial.

Diante disso, os discursos vindos da cúpula do FMI tentaram diminuir a tensão e desenharam uma retórica favorável ao livre-comércio e contrária ao protecionismo, uma corrente seguida por Trump desde a sua chegada à Casa Branca.

Nesse sentido, a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, afirmou hoje que sua "preocupação principal" é que a tensão comercial entre EUA e China seja reduzida antes que tenha efeitos severos sobre a economia global.

"A minha preocupação principal é que se resolvam esses problemas (tensões comerciais) antes que os mesmos obstaculizem o crescimento econômico global", indicou Lagarde na entrevista coletiva do Comitê Financeiro e Monetário Internacional (IMFC, na sigla em inglês), órgão do FMI, em Washington.

Lagarde garantiu que durante a reunião do FMI houve um "impulso importante" para o diálogo com o objetivo de solucionar a pressão comercial entre duas das economias mais importantes do mundo.

"Vamos continuar com este diálogo de forma pacífica, discreta. Não vamos fazê-lo necessariamente na presença da imprensa ou através de comunicados. Vamos trabalhar com base no livre-comércio, em suas regras e na das instituições internacionais", comentou a diretora-gerente.

Nesse sentido, Lagarde voltou a parafrasear o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1874-1965), tal como fez na terça-feira, e disse que "dialogar é sempre melhor que guerrear".

A diretora do Fundo constatou a preocupação dos representantes e líderes econômicos que se reuniram esta semana na capital dos EUA, ao assegurar que "todos os países estão tentando fomentar e apoiar o livre-comércio" diante das medidas protecionistas de Trump.

Ao longo da semana, vários nomes da economia de diversas nações e instituições também criticaram os encargos do governo americano e pediram que Trump reconsidere essa posição.

"O protecionismo é realmente doloroso por vários motivos: por si próprio, pelo clima que gera e pela mensagem que envia aos mercados", afirmou na sexta-feira o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.

Na apresentação de seu relatório de "Perspectivas Econômicas Globais", o FMI chegou a alertar que essas disputas comerciais "ameaçam minar a confiança e fazer o crescimento global descarrilar de maneira prematura", em um momento de "positiva e generalizada" expansão econômica, com crescimento global de 3,9% estimado para este ano e 2019.

No entanto, depois do anúncio do secretário Mnuchin, parece que um dos principais objetivos do encontro, diminuir o tom da troca de farpas entre americanos e chineses, foi alcançado.

A reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, que começou na segunda-feira e vai até amanhã, reúne em Washington os principais líderes econômicos mundiais de seus 189 países-membros para analisar os desafios globais.Alex Segura Lozano/EFE

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