CONTRA O AUTORITARISMO

Governos de 14 países se unem contra a Venezuela

Tal aliança reflete uma mudança na dinâmica política do continente americano (Foto: kremlin.ru)

Governos de 14 países do continente americano concordaram em juntar esforços para desafiar o regime autoritário de Nicolás Maduro na Venezuela. O grupo é composto por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Estados Unidos.

Nos próximos dias, esses países planejam divulgar uma declaração conjunta exortando o governo Maduro a soltar presos políticos, devolver os poderes ceifados do parlamento do país e marcar uma data para as eleições regionais, que vêm sendo adiadas indefinidamente pelo governo. A informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores mexicano, Luis Videgaray, ao jornal Wall Street Journal. Recusaram-se a assinar a declaração países considerados aliados do regime chavista: Bolívia, Equador, Nicarágua, El Salvador e República Dominicana.

Tal aliança reflete uma mudança na dinâmica política do continente americano. Há alguns anos, ela seria impensável, mas tornou-se possível à medida que governos de centro-direita avançaram na região, aumentando o isolamento da Venezuela.

A declaração será submetida à votação na Organização dos Estados Americanos (OEA) para que se torne uma resolução do órgão. Para isso, precisará ser aprovada por dois terços dos 34 países membros.

O governo Maduro vem aumentando a supressão dos poderes da oposição. No ano passado, por exemplo, a oposição conquistou, via eleições, a maioria dos assentos da Assembleia Nacional. Porém, o Supremo Tribunal venezuelano, dominado pelo governo, passou a barrar todas as decisões aprovadas pela Casa, o que, na prática, elimina os poderes do parlamento.

Enquanto isso, a economia do país continua a encolher, jogando milhões em situação de pobreza num dos países mais ricos em petróleo do mundo. Imagens de pessoas que passam os dias procurando comida em lixeiras percorreram a América Latina, chocando a opinião pública.

No Brasil, a escassez de alimentos no país vizinho fez disparar o número de venezuelanos que entram no Brasil buscado refúgio em Roraima. Segundo dados da Polícia Federal, em 2014, foram apenas 9 pedidos de refúgio no estado. Em 2015, o número subiu para 230. No ano passado chegou a 2.300. E somente nos primeiros três meses deste ano, 6 mil venezuelanos já procuraram a PF em Roraima para solicitar refúgio.

Os venezuelanos que chegam ao Brasil tentam sobreviver como podem, na maioria das vezes no mercado informal, vendendo produtos em sinais de trânsito. Mesmo assim, para muitos deles, tal situação ainda é melhor do que a enfrentada na Venezuela.The Wall Street Journal

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