SINAL INCOMUM

Ondas de rádio no espaço podem ser sinais de extraterrestres

Até agora, os astrônomos detectaram 17 vezes o fenômeno astrofísico das Rajadas Rápidas de Rádio (Foto: Pixabay)

Em 24 de agosto de 2001 o Observatório de Parkes, na Austrália, captou um sinal incomum. Era uma explosão de ondas de rádio vindo da direção da Pequena Nuvem de Magalhães, uma minúscula galáxia que orbita em torno da Via Láctea. A explosão foi curta, porém muito potente. Durou cerca de 5 milésimos de segundos, mas, durante esse período, seu brilho tinha a potência de 100 milhões de sóis. No entanto, essa explosão só foi observada pelos astrônomos em 2007, quando estavam pesquisando os dados arquivados no observatório. E o sinal nunca se repetiu.

Desde então, sinais semelhantes foram captados em outros lugares do espaço. Até agora, os astrônomos detectaram 17 vezes o fenômeno astrofísico das Rajadas Rápidas de Rádio (FRBs), que consiste em pulsos de ondas de rádio de curta duração. Esse fenômeno é diferente de todos os sinais já observados e há muita especulação em torno da causa dessas ondas. Uma hipótese sugere que as magnetares, estrelas de nêutrons que possuem um campo magnético extremamente potente, possam provocar essas ondas. Outra hipótese seria a existência de um tipo raro de buraco negro.

Mas, na teoria de Manasvi Lingam da Universidade de Harvard e Abraham Loeb do Harvard-Smithsonian Centre for Astrophysics, as FRBs poderiam ser resultado da propulsão de naves espaciais de seres extraterrestres. Em um artigo a ser publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters, os pesquisadores sugeriram que os pulsos de ondas de rádio de curta duração podem ser causados por transmissores gigantescos de rádio, que impulsionam essas naves espaciais.

Com a rotação das galáxias onde esses transmissores estão localizados, os raios se irradiam pelo espaço. Às vezes, um desses raios atinge a Terra, produzindo uma onda de rádio.

Essa ideia não é inteiramente destituída de sentido. Os cientistas espaciais têm feito pesquisas nessa linha de raciocínio para superar um dos maiores problemas na construção das naves espaciais. Os motores que as impulsionam carregam combustível. Mas o combustível tem uma massa específica e, por isso, precisa de mais combustível para produzir energia, o que resulta em uma alta taxa de massa na nave espacial. Por esse motivo, o combustível representa 90% ou mais do peso total de um foguete convencional no momento do lançamento.

Porém, é possível projetar um foguete sem um tanque de combustível. Esse é o princípio da vela solar, uma tecnologia de propulsão espacial por luz, que utiliza a pressão da radiação solar para impulsionar uma nave. É possível também usar feixes de luz para gerar pressão.

Yuri Milner, um físico e empresário russo, está investindo no projeto de construir uma nave espacial extremamente leve e rápida capaz de viajar até a estrela Alpha Centauri, a segunda estrela mais próxima da Terra, impulsionada por raios lasers. Segundo Manasvi Lingam e Abraham Loeb, as FRBs resultam do mesmo princípio de propulsão, nesse caso, de pulsos de ondas de rádio do espectro eletromagnético, em vez da luz visível.The Economist

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