DIPLOMACIA

Diplomata que ajudou senador boliviano chefiará gabinete de Aloysio Nunes

Saboia alegou 'risco de vida ao senador' para justificar a viagem do senador boliviano ao Brasil (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

O diplomata Eduardo Paes Saboia, que em 2013 ajudou o ex-senador boliviano Roger Pinto Molina a fugir para o Brasil, foi nomeado nesta terça-feira, 21, chefe de gabinete do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes. Ele foi encarregado de negócios na Embaixada do Brasil em La Paz.

Saboia, que chegou a ser suspenso do cargo por 20 dias e removido da embaixada, foi promovido pelo presidente Michel Temer, no final do ano passado, a ministro de Primeira Classe – posto mais alto da carreira diplomática. Com isso, o diplomata poderá ocupar cargos de chefia dentro do Ministério das Relações Exteriores ou em embaixadas e consulados.

O diplomata já trabalhou como assessor de Aloysio Nunes anteriormente, quando o senador paulista presidiu a Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Incidente diplomático

Em 2013, Saboia protagonizou o incidente diplomático que provocou a demissão do então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Na ocasião, ele estava substituindo o embaixador Marcelo Biato, que estava de férias.

Condenado por corrupção e acusado de diversos crimes na Bolívia, o então senador Roger Pinto Molina recebeu asilo político do governo brasileiro em 2012. No entanto, o parlamentar permaneceu na embaixada por 15 meses por temer ser preso ao deixar o local, já que era opositor do governo do presidente Evo Morales.

Molina foi levado de La Paz para Corumbá (MS) em um carro oficial da embaixada sem autorização dos governos boliviano e brasileiro e de lá foi para Brasília em um jatinho, acompanhado pelo senador brasileiro Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Na época, Saboia justificou a viagem do Brasil para a Bolívia alegando que “havia o risco iminente à vida e à dignidade do senador”.

Após o episódio, a então presidente Dilma Rousseff demitiu Antonio Patriota e trocou o embaixador brasileiro na Bolívia. Além disso, Saboia foi transferido para a Secretaria de Estado do Itamaraty e foi investigado por uma comissão de sindicância, sendo punido com 20 dias de suspensão.G1/FOLHA

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