VISITA DE ESTADO - Trump e Temer juntos na Casa Branca?

Jornal 'Washington Post' chamou Temer de 'Trump-like leader' (Fotos: Wikipédia)

Este mês o presidente americano, Donald Trump, manifestou interesse em receber Michel Temer na Casa Branca e discutir o comércio e os investimentos bilaterais. Foi quase um convite feito durante uma conversa telefônica no dia 18 de março. Trump ligou para Temer para discutir o estreitamento das relações comerciais. O Palácio do Planalto não confirma, mas Trump provavelmente queria ser tranquilizado em relação à fiscalização da carne brasileira exportada para os EUA.

Trump, como se sabe, radicalizou seu discurso de “America First” durante a campanha presidencial, anunciando medidas protecionistas para defender empresas americanas da competição estrangeira e colocar os EUA sempre em primeiro lugar. Mas o governo Temer acha que a nova postura americana pode abrir portas para exportadores brasileiros e vê novas oportunidades de negócios.

Caso Trump faça valer sua promessa de retirar os EUA do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), assinado com México e Canadá, e do Acordo Comercial Transpacífico (TPP), o Brasil poderia suprir parte do vácuo e aumentar sua participação no mercado dos EUA. Atualmente, o maior parceiro comercial das indústrias brasileiras é a China.

“O Brasil não representa uma ameaça para os Estados Unidos. Existem muitas oportunidades de investimentos em ambos os países”, disse uma fonte governamental de alto escalão.

Não ameaça porque o Brasil importa mais do que exporta para os EUA, acumulando um déficit de R$646 milhões no ano passado e não atrai investimentos que tirem empregos americanos, por enquanto.

Semelhanças entre os mandatários

Trump e Temer têm pontos em comum. No mês passado o jornal Washington Post chamou Temer de “Trump-like leader”, pela guinada à direita que ele deu ao país após 14 anos de PT. “Temer abraçou a direita, mas a direita não o abraçou”, diz o jornal, lembrando que a popularidade de Temer não passa de 14%, se igualando a de Dilma antes do impeachment.

Este mês a colunista do Globo Dorrit Harazim publicou artigo intitulado “Trump, Temer e as Mulheres”, destacando o machismo dos seputagenários. Enquanto Temer tende a reduzir o papel da mulher aos afazeres domésticos, Trump trata mulher como carne. “Recasados há mais de uma década com mulheres bem mais jovens, conseguem mantê-las encasteladas da imprensa, dosam sua exposição pública, e tentam blindá-las contra a voracidade das mídias sociais”, escreve a colunista.

Na conversa entre os dois , que durou cerca de 20 minutos, Trump teria congratulado Temer pelas reformas adotadas e os resultados alcançados para fazer o Brasil voltar a crescer. Provavelmente está aliviado por não ter de lidar com Dilma, o tipo de mulher durona que ele despreza.

A possível visita de Temer à Casa Branca ainda não tem data prevista. A assessoria do governo não comenta o assunto.Reuters

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