FRANÇA - A eleição que pode destruir a União Europeia

As eleições presidenciais de 2017 prometem revolucionar a política do país (Foto: Wikimedia)

Já faz muitos anos desde a última revolução francesa, ou mesmo uma tentativa séria de reforma. Estagnação política e econômica tem sido a marca de um país onde décadas passaram sem muitas mudanças, mesmo que o poder tenha sido revezado entre partidos de esquerda e direita.

Isso muda este ano. As eleições presidenciais de 2017 prometem revolucionar a política do país. Os partidos Socialista e Republicano, que estiveram no poder desde a fundação da Quinta República em 1958, podem ser eliminados no primeiro turno das eleições, no dia 23 de abril. Eleitores franceses podem ter de escolher entre dois candidatos insurgentes: Marine Le Pen, a carismática líder do partido Frente Nacional, e Emmanuel Macron, líder do movimento liberal Em Marche! (“Em frente!”), fundado no ano passado.

Ambos são dois exemplos claros de uma nova tendência global: a antiga divisão entre esquerda e direita torna-se menos importante frente à nova divisão entre “aberto” e “fechado”. O resultado desta reorganização vai reverberar além das fronteiras francesas, e pode revitalizar a União Europeia ou destruí-la.

A causa imediata da revolução é a fúria dos eleitores pela inutilidade e “auto-negociação” de sua classe dominante. Ambos Macron e Le Pen tiram proveito desta frustração, mas oferecem diagnósticos radicalmente diferentes para o que aflige a França, assim como soluções igualmente opostas. Marine culpa forças estrangeiras e promete proteger os eleitores com uma combinação de mais barreiras e maior bem estar social. Ela se distanciou do passado antissemita de seu partido (banindo o próprio pai do partido que ele fundou), mas apela para aqueles que querem excluir o resto do mundo. Para ela, globalização é uma ameaça aos empregos franceses e islâmicos como fontes de terror que tornam perigoso usar saias curtas em público. Para ela, a União Europeia é um “monstro anti-democrático”. Ela promete fechar mesquitas radicais, diminuir o fluxo de imigrantes, obstruir o comércio internacional, trocar o euro pelo franco francês e organizar um referendo para deixar a UE.

O instintos de Emmanuel Macron são o oposto. Ele acha que abrir as fronteiras iria fortalecer a França. Ele é fortemente pró-comércio, pró-competição, pró-imigrantes e pró-UE. Abraça a diversidade cultural e interrupção tecnológica, e acredita que reduzir as proteções trabalhistas é a solução para criar mais empregos para os franceses. Apesar de ainda não ter uma política precisa, Macron faz a linha do revolucionário pró-globalização.

Ambos os candidatos teriam dificuldades em concretizar suas promessas. Mesmo se ganhasse, o partido de Le Pen não ganharia a maioria na assembleia nacional. E Macron quase não tem um partido.The Economist

Comentários

  1. UM COMPLETO DESPREZO
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    O grande legado de Donald Trump foi as REACÇÕES aos seus discursos:
    -1- o pessoal com uma elevada taxa de natalidade (um exemplo: islâmicos, etc) é altamente amigo... pois, desde que... não seja posta em causa a sua condição de «Donos Disto Tudo».
    -2- os «donos disto tudo» (juntamente com as marionetas ao serviço da alta finança - capital global) têm um COMPLETO DESPREZO pelos povos nativos (na América do Norte, na América do Sul, na Austrália) que procuraram sobreviver pacatamente; e que, como eram economicamente pouco rentáveis, levaram com um holocausto massivo em cima... porque tiveram o «desplante» de querer ter o SEU espaço no planeta e de querer prosperar ao seu ritmo.
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    Anexo:
    DEMOGRAFIA E SEPARATISMO-50-50: Todos Diferentes, Todos Iguais... ou seja, todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta -» inclusive as de rendimento demográfico mais baixo, inclusive as economicamente menos rentáveis.
    -» Os 'globalization-lovers', UE-lovers e afins, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
    ---» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/.
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    P.S.
    É necessário um activismo global
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    Democracia sim; todavia, a minoria de autóctones que se interessa pela sobrevivência da sua Identidade... tem de dizer NÃO ao nazismo-democrático, leia-se: é preciso dizer não àqueles que pretendem democraticamente determinar o Direito (ou não) à Sobrevivência de outros; isto é, é preciso dizer não àqueles que evocam pretextos para negar o Direito à Sobrevivência de outros.
    [nota: nazismo não é o ser 'alto e louro', bla bla bla,... mas sim a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros!]
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    -» Imagine-se manifestações (pró-Direito à Sobrevivência) na Europa, na América do Norte (Índios nativos), na América do Sul (Índios da Amazónia), na Ásia (Tibetanos), na Austrália (Aborígenes), ETC... manifestações essas envolvendo, lado a lado, participantes dos diversos continentes do planeta... tais manifestações teriam um impacto global muito forte.

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