ARGENTINA - Cristina Kirchner é indiciada por corrupção

A decisão judicial inclui também um embargo de US$ 666 milhões contra a ex-presidente (Foto: Presidência da Argentina)

O juiz argentino Julián Ercolini indiciou a ex-presidente Cristina Kirchner por suposta formação de quadrilha para desviar recursos de obras públicas para a Austral Construções. A decisão judicial inclui também um embargo de US$ 666 milhões contra a ex-presidente. Com o início do processo, o juiz pode impedir que ela saia do país ou até decretar sua prisão preventiva, caso ache necessário.

Desde que Kirchner deixou o poder, esta é a segunda vez que ela é processada, mas é a primeira vez que é acusada por corrupção. O primeiro processo dizia respeito à venda de “dólar futuro” por parte do Banco Central. Não era um caso de corrupção, mas de prejuízo ao Estado. Segundo a acusação, a Casa Rosada montou um “plano criminoso” para favorecer a Austral Construções. O sistema funcionava assim: vendia-se aos investidores o chamado “dólar futuro” por 10 pesos, quando todos os economistas sabiam que, independentemente de quem ganhasse as eleições, haveria uma desvalorização. Ou seja, quem comprasse esses “dólares futuro” receberia em março, quando vencessem os títulos, muito mais do que o montante investido. O ganho foi de 50%. A questão era que comprar os “dólares futuros” por 10 pesos era uma pechincha, e o pagador e prejudicado era o Estado.

O processo não se limita a Kirchner, mas também ao dono da empresa investigada, Lázaro Báez; ao ex-ministro de Planejamento, Julio De Vido; e ao ex-secretário de Obras Públicas, José López.

Quem são os outros processados?

Lázaro Báez é um empresário que criou a Austral Construções. A empresa foi amplamente beneficiada pelas obras públicas do governo kirchnerista. Ele está detido e é acusado de lavagem de dinheiro.

José López foi secretário de Obras Públicas da Argentina durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner. Ele indicava quais empresas deveriam receber pelas obras públicas. A Austral Construções estava entre as primeiras. López conseguiu cobrar mais de 35% (percentual proibido por lei) em adiantamento do montante total das obras. Ele está preso desde que a polícia o encontrou escondendo US$ 5 milhões em um mosteiro em junho.

Julio de Vido atualmente é deputado da Frente para la Victoria. De 2003 a 2015 foi ministro de Planejamento. Era ele que habilitava o dinheiro em favor de Lázaro Báez.El País

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