EDUCAÇÃO SUPERIOR - Oxford investe em diversificação dos alunos

Universidade encontra dois obstáculos principais em seu projeto de diversificar (Foto: University of Oxford)

De 2010 a 2015, apenas 20 dos 650 membros do Parlamento do Reino Unido foram responsáveis por 16% dos candidatos bem-sucedidos da Universidade de Oxford, considerada uma das melhores do mundo. Por sua vez, nos 156 distritos eleitorais em média menos de um aluno por ano se candidata a cursar a universidade. Embora Oxford receba mais estudantes de minorias étnicas e de escolas estaduais do que no passado, esses números mostram a dificuldade de atrair alunos de regiões mais pobres do Reino Unido. Como a Universidade de Oxford pode reverter essa situação?

A universidade encontra dois obstáculos principais em seu projeto de diversificar o corpo discente. Em primeiro lugar, os alunos pobres em geral não têm notas em seu currículo escolar que lhes permita ingressar na universidade. Porém isso também reflete um processo complexo de inscrição dos estudantes, sobretudo no caso de escolas que enviam poucos alunos para as universidades, ou de professores que não estimulam os alunos a serem mais ambiciosos em suas vidas profissionais. Por outro lado, alguns candidatos têm menos chances de serem aprovados no processo seletivo, porque se inscrevem nos cursos mais procurados da universidade.

Alguns críticos também sugerem que os jovens mais pobres enfrentam dificuldades na entrevista, seja porque não têm um conhecimento mais amplo do tema, como visitas a teatros no caso de alunos ingleses, ou em razão do preconceito de alguns entrevistadores.

A universidade tem se esforçado para atrair estudantes de outras escolas além das privadas. As faculdades da Universidade de Oxford têm funcionários que viajam pelo país, com o objetivo de estimular o interesse de candidatos em potencial de diversos estabelecimentos de ensino. A universidade oferece cursos de férias para professores a fim de discutir os mitos que envolvem o tipo de aluno que procura.

Mas o número de jovens de regiões mais pobres do Reino Unido que se inscreve na universidade continua pequeno. Então, a universidade começou a testar estratégias novas para atraí-los. Uma faculdade criou um curso básico para preparação de cursos mais avançados destinado a alunos promissores de origens sociais modestas, que não têm as notas exigidas no processo seletivo. Outra criou 10% de vagas adicionais para alunos que não preencheriam os requisitos das vagas convencionais; um curso de férias irá ajudá-los a progredir com mais rapidez nos estudos.

Ao mesmo tempo, os esforços da universidade concentram-se em aumentar sua presença nas escolas, em vez de se limitar a divulgá-la. A universidade está organizando mais cursos de férias para crianças talentosas e trabalha em parceria com instituições beneficentes que querem ampliar o acesso, entre as quais Target Oxbridge, que visa ao ingresso de estudantes negros em Oxford e Cambridge, assim como com a Into University Partnerships, que administra “centros de aprendizado” para 900 crianças de famílias pobres.

Os críticos queixam-se que o sistema educacional e administrativo das faculdades dificulta o progresso, porque algumas têm mais interesse em atrair novos alunos do que outras. A universidade tem demorado em pôr em prática programas de longo prazo em escolas de crianças pequenas que, segundo pesquisas, é a melhor maneira de aumentar a participação. Mas há sinais que a Universidade de Oxford dá importância à dimensão da tarefa. Em razão de sete dos dez últimos primeiros-ministros do Reino Unido terem sido alunos de Oxford, seu projeto de diversificação do corpo discente ganha uma amplitude maior.The Economist

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A surpreendente cratera de Xico

Por que não enxergamos estrelas verdes ou roxas?

Egípcia posa nua em blog e provoca indignação