MONUMENTO MILENAR - ‘Stonehenge’ brasileiro encontrado na Floresta Amazônica
Anos atrás, o trabalhador rural Lailson Camelo da Silva, de 65 anos, estava estudando um terreno no Amapá, dentro da Floresta Amazônica, para convertê-lo em pasto, quando encontrou uma bizarra formação de blocos de granito, cuja localização fica um pouco além da linha do Equador.
“Eu não tinha ideia de que estava descobrindo o ‘Stonehenge brasileiro’. Imagino quais outros segredos da nossa história estão escondidos na floresta”, disse Silva, em entrevista ao jornal New York Times.
Após conduzirem testes de radiocarbono e outras análises, especialistas em arqueoastronomia (ciência que estuda a astronomia das civilizações antigas) determinaram que uma população indígena organizou os blocos na forma de um observatório astronômico entre mil anos e cinco séculos antes do continente americano ser colonizado pelos europeus.
Os estudos, junto com outras descobertas no Brasil em anos recentes, estão mudando visões arqueológicas anteriores de que a Amazônia era relativamente intocada por humanos, exceto por pequenas tribos nômades. Alguns estudiosos afirmam hoje que a maior floresta tropical do mundo era bem menos deserta do que se imaginava e que a Amazônia sustentava até 10 milhões de pessoas antes da baixa populacional gerada por mortes em decorrência de doenças, como o sarampo, trazidas pelos colonizadores europeus.
As rochas encontradas por Lailson indicam como o povo indígena que viveu no local pode ter sido mais sofisticado que o imaginado por arqueólogos do século XX. “Estamos começando a montar o quebra cabeças da história humana na Bacia Amazônica, e o que encontramos no Amapá é absolutamente fascinante”, disse Mariana Cabral, uma arqueóloga da Universidade Federal de Minas Gerais, que, junto com o marido, João Saldanha, também arqueólogo, estudou o local onde o monumento foi encontrado há mais de dez anos.New York Times
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