EBOLA - OMS anuncia vacina 100% eficaz contra o ebola
Cientistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciaram que uma vacina experimental contra o ebola testada em humanos se mostrou totalmente eficaz e garante 100% de proteção contra a doença letal. O estudo da vacina foi divulgado nesta quinta-feira, 22, na revista científica The Lancet.
De acordo com a publicação, os testes foram feitos no ano passado, na Guiné, Oeste da África. Cerca de 5.800 pessoas que tiveram contato com alguém infectado com a doença foram vacinadas imediatamente. Após dez dias da aplicação da vacina, nenhuma delas desenvolveu a doença. Entre as que não receberam a vacina de imediato, houve 23 casos de ebola.
Algumas das pessoas que foram imunizadas apresentaram reações à vacina, como dores de cabeça, fadiga e dores musculares. Além disso, dois pacientes relataram reações graves, incluindo reações alérgicas.
“O ebola deixou um legado devastador em nosso país. Estamos orgulhosos de podermos contribuir para o desenvolvimento de uma vacina que irá ajudar na prevenção contra a doença em outros países”, disse Jeita Sakoba, diretor da agência nacional de saúde na Guiné.
O estudo contra o ebola foi conduzido pela própria OMS, o Ministério da Saúde da Guiné, o Instituto de Saúde Pública da Noruega, entre outras instituições. A vacina, conhecida como rVSV-EBOV, foi desenvolvida durante décadas pela Agência de Saúde Pública do Canadá e pelo exército dos Estados Unidos. Agora, ela é licenciada pela farmacêutica Merck.
Apesar dela ainda não ser aprovada por alguma autoridade regulatória, sua eficiência foi tão satisfatória que já estão sendo produzidas 300 mil doses do medicamento caso haja um novo surto da doença, que em 2014 provocou a morte de 11 mil pessoas na África Ocidental.
“Embora esses resultados convincentes cheguem tarde demais para aqueles que perderam a vida durante a epidemia de ebola na África Ocidental, eles mostram que quando o próximo surto atingir, não estaremos indefesos”, disse Marie-Paule Kieny, diretora assistente da Organização Mundial de Saúde para sistemas de saúde e inovação, e autora principal do estudo.
Embora os resultados sejam animadores, especialistas destacam que o medicamento tem falhas. Eles destacam que ela funciona apenas com os dois tipos mais comuns da doença (ebola-Zaire e ebola-Sudão) e não garante uma proteção duradoura. “A vacina é um passo na direção correta, mas não é a solução definitiva”, destacou Gary Nabel, diretor científico de pesquisa em saúde global da empresa farmacêutica Sanofi.New York Times
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