POLÍTICA DE ASSENTAMENTOS - Um verdadeira bomba relogio

Kerry diz que Israel está minando a paz com a Palestina

Kerry disse que Israel ‘nunca terá paz’ sem a solução de dois Estados (Foto: U.S. Department of State)

O governo de Israel desistiu da criação de 600 novos assentamentos judeus na área leste de Jerusalém, região predominantemente palestina. Na última quarta-feira, 28, a pedido do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, o comitê municipal de Jerusalém cancelou a aprovação das novas moradias, que seriam as primeiras de um lote de 5.600 casas.

Segundo Hanan Rubin, membro do comitê municipal, a medida foi tomada porque o governo de Israel queria “evitar tensionar as relações com a administração Obama” antes do discurso do secretário de Estado americano, John Kerry, sobre o conflito entre Israel e Palestina previsto para aquela quarta-feira.

Porém, a medida não impediu Kerry de rechaçar as recentes ações de Israel. Em seu discurso, o último sobre o tema, Kerry disse que o governo de Israel está “minando” os esforços de paz e alertou que o país “nunca terá uma paz verdadeira com o mundo árabe se não chegar a um acordo que tenha como base Estados próprios para israelenses e palestinos”.

O secretário de Estado criticou duramente a política de assentamentos. Ele justificou a posição dos EUA em se abster de votar e de vetar a resolução da ONU aprovada na semana passada que condena os assentamentos judeus, afirmando que, os EUA não poderiam ficar em silêncio enquanto assistem os esforços de paz desaparecer.

Segundo Kerry, as ações de Israel mostram que o país caminha para uma “ocupação perpétua”. “A política de assentamentos está definindo o futuro em Israel. E seu propósito é claro. Eles acreditam em um único Estado: o Grande Israel. Apesar de nossos melhores esforços ao longo dos anos, a solução de dois Estados está agora sob sério risco”.

Kerry, que em 2004 foi candidato democrata à presidência derrotado por George W. Bush, fez da paz no Oriente Médio sua principal missão como secretário de Estado, cargo que ocupou nos últimos quatro anos. No discurso de quarta-feira, ele não escondeu sua frustração diante dos esforços de Netanyahu para avançar com sua política de assentamentos.

Nentanyahu, por sua vez, não escondeu a indignação com que recebeu o discurso de Kerry. Segundo ele, o secretário de Estado foi “tendencioso contra Israel” e seu governo foi criticado por “tocar a raiz do conflito: a oposição palestina a um Estado judeu quaisquer que sejam as fronteiras”.

Outro que se manifestou na quarta-feira, foi o presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Em sua conta no Twitter, ele pediu que Israel “aguente firme” até sua posse. “Não podemos continuar deixando Israel ser tratado com total desdém e desrespeito. Eles costumavam ter um grande amigo nos EUA, mas… não mais. O começo do fim foi o horrível acordo com o Irã, e agora isso (ONU)! Aguente firme, Israel, 20 de janeiro chega rápido”, disse Trump, em referência à data em que tomará posse.

Netanyahu usou sua conta no Twitter para agradecer o apoio de Trump. “Presidente eleito Trump, obrigado por sua calorosa amizade e pelo seu claro apoio a Israel!”The New York Times

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