CRISE NA VENEZUELA - Cesta básica na Venezuela custa 17 salários mínimos

O país tem passado por uma escassez de produtos nas prateleiras dos mercados (Foto: Reprodução/Twitter)

Uma análise do instituto venezuelano de pesquisas Cendas-FVM revelou que a cesta básica na Venezuela custa, atualmente, o equivalente a 17 salários mínimos do país. De acordo com o instituto, uma família de cinco pessoas teria que desembolsar 460.381 bolívares para a compra de itens básicos, enquanto o salário mínimo é de 27.092 bolívares. Em agosto, a cesta básica mais cara registrada no Brasil foi na cidade de São Paulo, custando R$ 475,11, enquanto o salário mínimo é de R$ 880.

AVenezuela tem passado por uma grave crise de abastecimento, que vem provocando a escassez de produtos nas prateleiras dos mercados, incluindo alimentos e produtos de higiene, desequilibrando a economia venezuelana, que sofre com uma das inflações mais altas do mundo.

Dessa forma, as consecutivas altas nos preços de itens básicos deixou o valor da cesta básica em novembro 30.755 bolívares mais cara que no mês anterior. O aumento foi ainda mais vertiginoso em relação a novembro de 2015, subindo 480%.

Segundo o Cendas-FVM, os itens que mais encareceram neste período foram o café, a maionese, as carnes, o leite, os queijos e os ovos. Além disso, eles ressaltam que 17 dos 58 produtos da cesta básica – como leite em pó, margarina, açúcar, arroz e farinha de trigo – são difíceis de encontrar. A lista sobe ainda mais se forem contabilizados também produtos de limpeza, itens de higiene pessoal e medicamentos, chegando a 60 produtos afetados pela escassez.

Fronteiras e notas de 100 bolívares

Para driblar a crise de abastecimento no país, muitos venezuelanos têm recorrido às fronteiras. Brasil e Colômbia têm sido os destinos mais comuns para aqueles que estão em busca de produtos básicos.

No entanto, na última semana o presidente Nicolás Maduro decretou o fechamento das fronteiras com os dois países, o que elevou ainda mais a tensão entre governo e população. Maduro também chegou a decretar a retirada de circulação das cédulas de 100 bolívares no país (de maior valor e mais utilizadas) em 72 horas, mas recuou na decisão. Ambas as medidas tinham como objetivo de conter as máfias contrabandistas de cédulas venezuelanas que atuam na fronteira.

De acordo com Maduro, grupos ligados a opositores e ao Departamento de Estado americano são responsáveis por reter as cédulas fora do país, ampliando ainda mais a crise econômica. As notas de 100 bolívares voltaram a circular temporariamente e deverão ser retiradas a partir do dia 2 de janeiro.O Globo

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