ITÁLIA - Paolo Gentiloni: uma Itália mais suave que a de Matteo Renzi
Apesar das previsões de caos político na Itália com a rejeição ao referendo sobre reforma constitucional proposto por Matteo Renzi em 4 de dezembro, a transição foi suave. Uma semana depois da renúncia de Renzi e uma série rápida de discussões no alto escalão político italiano, o presidente Sergio Mattarella convidou o ministro das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, a assumir o cargo de primeiro-ministro.
Gentiloni, um membro da nobreza italiana e um homem de temperamento afável, tem uma grande experiência política. Ele começou sua carreira como um estudante marxista e teve uma atuação ativa no movimento ambientalista antes de ingressar na ala moderada do partido de centro-esquerda. Gentiloni ocupou o cargo de ministro da Comunicação no governo de Romano Prodi de 2006 a 2008. Mas a sua principal qualidade para assumir o cargo de primeiro-ministro é a lealdade inofensiva a Matteo Renzi.
Apesar da transição rápida e sem atritos, a situação política e econômica do país só ficará mais tranquila em um período de seis meses, ou mais. Por julgar que era um momento tático de se retirar de cena, Renzi anunciou em uma longa mensagem no Facebook em 11 de dezembro, que voltaria para sua casa na Toscana para “recomeçar tudo de novo”.
A primeira questão que paira sobre o próximo governo da Itália refere-se à sua composição. A maioria dos analistas políticos prevê apenas uma ligeira mudança na versão da equipe de Renzi. Caso Gentiloni decida fazer mudanças mais significativas, essa atitude será um indício que não quer ser apenas um substituto de Renzi. Mas o ponto de vista de Renzi a respeito de sua ausência da cena política ficou claro no final do post no Facebook. “Ci sentiamo presto, amici”, escreveu. “Até breve, amigos.”The Economist
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