BRASIL - As águas sem lei da Amazônia
Os casos são muitos. Piratas roubam, torturam e até matam passageiros de barcos que navegam pelos rios da Amazônia. Um dos casos foi o do barco de Merinaldo Paiva. Cerca de 15 piratas mascarados entraram em seu barco enquanto os passageiros cochilavam nas redes. Eles acordaram com rifles em suas cabeças. Os piratas levaram dinheiro, joias, celulares, combustível e até comida. E então sumiram pela Amazônia.
Com a população crescendo e as gangues de drogas se expandindo pela região, os casos aumentaram. Em setembro, dez mascarados roubaram 260 passageiros de uma só vez. Os criminosos usaram uma mulher como escudo humano. Em outubro, quatro mascarados roubaram 2,6 mil galões de combustível no rio Solimões, além de relógios e roupas. Em outro caso na cidade de Manaus, Huederson Paulino, um pirata que usa o nome de guerra Mohican confessou que matou e desmembrou dois homens em um barco que vendia gelo e sal. Ele liderava uma gangue que roubava dinheiro e combustível das vítimas e disse que sua intenção era gastar dinheiro no Natal.
A Amazônia brasileira tem cerca de 25 milhões de pessoas, com cerca de dois bilhões apenas em Manaus. A população aumentou 22% de 2000 para 2010. Esta é uma das áreas mais pobres do Brasil. Não demorou muito para o crime organizado se espalhar. Nos vilarejos ribeirinhos, os residentes reclamam que barcos policiais quase nunca são vistos nas águas onde tantos crimes acontecem. As autoridades, por sua vez, dizem que estão tentando. Mas os piratas conhecem as águas da região como ninguém e estão com esquemas cada vez mais sofisticados.The New York Times
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