MEIO AMBIENTE - Amsterdã quer abolir o uso de gás natural até 2050

Novas vizinhanças não vão ter a opção de ter gás natural (Foto: Pixabay)

A cidade de Amsterdã, capital da Holanda, quer abrir mão do gás natural até 2050. Na cidade, o gás natural aquece 90% das moradias e contribui para 30% de toda a emissão de gás carbônico.

A cidade já anunciou que no próximo ano, 10 mil habitações sociais vão ter o suprimento de gás natural cortados. Além disso, novas vizinhanças não vão ter a opção de ter gás natural.

Então o que vai aquecer Amsterdã? A solução, por enquanto, vai ser o aquecimento distrital proveniente de várias fontes de calor. Ou seja, até 2020, 102 mil domicílios em Amsterdã vão deixar de ter o aquecimento feito em suas próprias casas para ter o aquecimento feito numa central e fornecido por encanamento. Apesar de a medida requerer uma rede de canos isolados para água quente, o sistema de aquecimento distrital economiza uma energia considerável em longo prazo, criando um único ponto de geração onde o combustível é queimado.

Mesmo se o aquecimento fosse gerado por gás natural, aquecer a água em um ponto central e levar aos aquecedores, cozinhas e banheiros por encanamento produziria bem menos emissões de carbono. Em um movimento contra o combustível, Amsterdã já está tentado achar uma alternativa para as fontes de calor. Algumas casas, por exemplo, já têm painéis solares para aquecer a água. Além disso, algumas bombas térmicas estão sendo planejadas em novas ilhas artificiais que Amsterdã tem construído em Ijmeer lake.

O plano a favor da energia verde exige investimento e precisa ultrapassar diversas questões burocráticas. Apesar da vulnerabilidade de Amsterdã no caso de aumento do nível do mar, as razões para a mudança de energia também têm relação com questões geopolíticas. Afinal, como o resto da Europa, a Holanda depende parcialmente da importação de gás da Rússia, até 50% deste gás passa pela Ucrânia. Como Moscou e Kiev já tiveram desentendimentos, o governo russo às vezes usa a diplomacia do gás como poder de influência entre seus vizinhos. A Holanda e outros países europeus claramente não gostam desta instabilidade de ter que depender da Rússia.

Apesar de a Holanda poder produzir gás dentro deu seu próprio território, a extração de gás perto da cidade de Gronigen já resultou em mais de mil terremotos desde 1986. Logo, não faz sentido aquecer casas com gás, quando a extração abalaria as estruturas dos domicílios.CityLab

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