COREIA DO SUL - Presidente sul-coreana diz estar disposta a renunciar

Alguns analistas afirmaram que Park negocia a renúncia em troca da promessa de não ser julgada (Foto: Wikimedia)

Após um escândalo de corrupção por tráfico de influência, a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, disse nesta terça-feira, 29, que está disposta a renunciar. O pronunciamento surpreendeu, já que quando ela pediu desculpas pelo caso, há alguns dias, ela descartou a possibilidade de abir mão do mandato.

Apesar do fim de seu mandato estar previsto apenas para o início de 2018, ela pediu que o Parlamento decida quando e como ela deve renunciar. “Quando os parlamentares determinarem as condições de uma transferência que minimize o vazio de poder e o caos na gestão governamental, sairei”, disse em discurso transmitido pela TV.

Antes do discurso, vários parlamentares afirmaram que esperavam votar a destituição na próxima sexta-feira, 2. A popularidade da presidente desabou desde o escândalo de corrupção. A pivô do escândalo é a amiga e ex-confidente da presidente, Choi Soon-Sil, detida por ter utilizado sua relação com Park para extorquir o equivalente a dezenas de milhões de dólares de grandes empresas sul-coreanas. Desde então, grandes manifestações vêm ocorrendo no país com o objetivo de que a presidente renuncie.

O anuncio é considerado uma manobra política para evitar a humilhação de um processo de impeachment. Além disso, na Coreia do Sul, um presidente em exercício não pode ser processado por uma questão penal, exceto no caso de traição ou insurreição. Mas a imunidade presidencial acaba ao final do mandato. Alguns analistas afirmaram que Park tentaria negociar a renúncia em troca da promessa de não ser julgada.

Os parlamentares da oposição imediatamente rejeitaram a oferta de renúncia da presidente com o objetivo de poder dar continuidade ao processo de impeachment. Por outro lado, alguns aliados apoiaram a iniciativa de Park e pediram aos parlamentares para discutir a oferta em vez de tentar destituí-la do poder.

A grande questão é que se a Assembleia Nacional votar pela continuidade do processo de impeachment, o impopular primeiro-ministro Hwabg Kyo-ahn, que não foi uma autoridade eleita, é quem deve assumir interinamente por seis meses até que a Corte Constitucional decida se vai ratificar ou não o impeachment.

Caso Park renuncie, ela será a primeira presidente sul-coreana a fazer isso desde 1960, quando Syngman Rhee foi se exilar no Havaí, devido a manifestações populares contra seu governo autoritário e corrupto. Pela lei, se a presidente renunciar, o país deve fazer outra eleição em 60 dias.The New York Times

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