OCUPAÇÕES - Ocupações em universidades avançam no país
O movimento de ocupações de escolas agora se concentra em universidades e instituições de ensino superior. O objetivo das ocupações é se manifestar contra a PEC 241 (que limita os gastos da União) e a reforma do ensino médio. No fim do mês passado, mais de 920 escolas estavam ocupadas, agora, este número é de 391. Em compensação, já são 194 universidades ocupadas. Segundo lideranças estudantis, os secundaristas continuam mobilizados em protestos de rua.
A desocupação das escolas ocorre, segundo os líderes estudantis, pelo fato da maior parte dos estudantes ser menor de idade, pela forte pressão para realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pela atuação das polícias.
Em São Paulo, por exemplo, quando houve tentativas de ocupações em escolas no estado, o governo Alckmin (PSDB) fez com que, em menos de 24h, a Polícia Militar retirasse os estudantes, sob o argumento de que um parecer da Procuradoria-Geral do Estado garante a autotutela dos prédios. Desta forma, não haveria necessidade de um mandado de reintegração.
As universidades, em contrapartida, tem maior autonomia, possibilitando assim as ocupações. “A autonomia universitária determina que a polícia só pode entrar no campus com autorização do diretor ou reitor”, diz Carina Vitral, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). “A desocupação de escolas começou a ocorrer após a pressão do ministério para a realização do Enem e já havia um desgaste próprio dos secundaristas, que são menores de idade e estavam dormindo fora de casa havia mais de um mês. A mudança para as ocupações de universidade foi um reforço importante”.
A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, diz que os secundaristas mostraram que essa é uma pauta nacional, que afeta a todos. Das 194 universidades ocupadas, duas são particulares, a PUC Minas e PUC-RS. O estado de Minas Gerais, atualmente, é o que tem mais ocupações com um total de 163 instituições. Estadão
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