PESQUISA - Brasil não traduz aumento de escolaridade em maior produtividade

Experiência no Brasil tem sido diferente da experiência internacional (Fonte: Reprodução/Agência Brasil)

Uma pesquisa feita por Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper, mostra que o avanço da escolaridade no Brasil nas últimas décadas não tem se traduzido em maior produtividade do trabalhador. Os dados são preliminares.

Em geral, ao acumularem mais anos de estudo, os profissionais de uma nação se tornam mais produtivos, o que contribui para o crescimento da economia. A experiência no Brasil, no entanto, tem sido diferente da experiência internacional.

De acordo com a pesquisa, entre 1980 e 2010, cada ano a mais de estudo no Brasil foi acompanhado de um aumento extra de produção de US$ 200 por trabalhador. O valor, no entanto, é muito pequeno em relação ao registrado em outros países. No Chile, por exemplo, cada ano a mais de estudo foi acompanhado de um aumento de US$ 3 mil de produção. Na Coreia do Sul, de US$ 6.800.

A qualidade e o conteúdo do ensino no Brasil pode ajudar a explicar porque o país não tem seguido a tendência internacional, segundo Ricardo Paes de Barros.

Outro fator que pode ajudar a explicar a queda do ganho extra de renda do trabalhador que aumenta sua escolaridade é o aumento do salário-mínimo no Brasil, o que se traduziu no aumento de renda do trabalhador pouco escolarizado. Outra explicação é o aumento da demanda da nova classe média por serviços menos qualificados. “Isso não ajuda a incentivar as pessoas a estudar mais”, ressalta Barros.

A pesquisa mostra ainda que a cada ano mais de 25% dos jovens brasileiros com idades entre 15 e 17 anos nem se matriculam na escola (15%), abandonam os estudos (7%) ou são reprovados por falta (4%).Folha de S.Paulo

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